segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Inserindo a Música:



Asa Branca

Composição: Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira

1. Quando olhei a terra ardendo
Qual fogueira de São João

2. Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

3. Que braseiro, que fornalha 
Nem um pé de plantação 

4. Por falta d'água perdi meu gado 
Morreu de sede meu alazão

5. Até mesmo a asa branca 
Bateu asas do sertão 

6. Então eu disse adeus Rosinha 
Guarda contigo meu coração

7. Hoje longe muitas léguas 
Numa triste solidão

8. Espero a chuva cair de novo
Para eu voltar pro meu sertão

9. Quando o verde dos teus olhos 
Se espalhar na plantação 
Eu te asseguro não chores não, viu

10. Que eu voltarei, viu
Meu coração

Analise da música: Asa Branca

  1. O compositor começa a música com uma figura de linguagem “terra ardendo”. O verbo “arder” aqui remete ao sofrimento pelo qual o povo nordestino passa ao enfrentar os problemas da seca, sendo assim, por falta de chuva a terra queima, arde “qual a fogueira de São João”.
Esta é a única estrofe em que ele fala de uma das maiores alegrias do povo nordestino, que é a festa popular de São João. Portanto, é possível trabalhar a questão cultural do nordeste, seus costumes, hábitos, tradições, comidas típicas; enfim, a alegria que essa festa representa para os nordestinos.

2. O compositor manifesta sua fé em Deus representando a fé que o povo nordestino tem em gozar de dias melhores.
3. Nesta estrofe, ele se utiliza de outra figura de linguagem para retratar a questão da seca. Aqui, podem ser trabalhados os seguintes conteúdos: REGIONALIZAÇÃO, ASPECTOS CLIMÁTICOS, PRECIPITAÇÃO DAS CHUVAS.
4. “Por falta d'água perdi meu gado. Morreu de sede meu alazão”. Com essa fala, fica subentendido que o problema da seca faz sofrer NÃO apenas os nordestinos pobres, mas também aqueles que têm algum bem, pois, para se ter gado e alazão no sertão é preciso ter recurso financeiro. Aqui pode ser discutida a questão econômica do nordeste. É possível estimular os alunos a pesquisarem em que é baseada a economia de um determinado estado do nordeste, no período de seca quais outras opções que eles têm de sobrevivência, além da migração?
5. Asa Branca – é uma ave que vive no sertão. Proposta de atividade: Dividir a sala em grupos e solicitar que cada grupo pesquise sobre a fauna e a flora de um determinado estado do nordeste.
6. Fica evidente a questão da MIGRAÇÃO. Quando o sertanejo vê-se numa situação em que não há mais opções de sobrevivência no sertão, sua única opção é tentar a vida longe de sua família. Este fenômeno foi uma febre na segunda metade do século XX. Por conta da seca no nordeste, milhares de nordestinos viram-se obrigados a deixar para trás sua terra, sua família e seu coração para tentar a vida no sudeste do país. (Levando em consideração o ano de escrita desta música (1947) há de se entender todos estes fatos). Porém, na atualidade, isso está mudando muito, no sentido de que os nordestinos estão voltando para o Nordeste, fato este que é justificado pela isenção fiscal cedida pelo governo a empresas de grande porte para permanecerem no nordeste por muitos anos. AQUI PODE – SE FAZER UM TRABALHO DE PESQUISA COM OS ALUNOS PARA COMPARAR A SITUAÇÃO DA MIGRAÇÃO NO NORDESTE entre a segunda metade do século XX e os dias atuais.
7. A grande maioria dos sertanejos migraram para o sudeste, principalmente, Rio de Janeiro e São Paulo, estados que ficam muito distantes do nordeste, o que com certeza os faziam sofrer de saudade por conta da distância. Com este assunto, pode–se trabalhar o conteúdo MAPAS.
8. Manifestação da esperança e da fé do sertanejo que “ANTES DE TUDO É UM FORTE”, segundo Euclides da Cunha. Ele jamais deixa de sonhar com o retorno para sua terra, e lá permanecer junto aos seus.
9 e 10. Da mesma forma que começou, o compositor encerra a música com uma figura de linguagem: “Quando o verde dos teus olhos Se espalhar na plantação”(...) Ele quis dizer: Quando o verde do mato VOLTAR banhado pelas chuvas que a terra seca, angustiada, faminta e sedenta a espera, aí sim eu também voltarei para ti, ó Rosinha, e evidentemente para o meu amado sertão.

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